Primeiro, as nuvens começaram a pingar. Como quem
chora baixo, quieto... Como quem tenta segurar um mundo nas costas. Depois, o
vento começou a soprar, primeiro vindo fraco, de longe, como quem não vai a
lugar algum. Depois, veio forte, imponente, levantando tudo que estava em seu
caminho e querendo levar longe quem se impunha em seu caminho. Depois, as
nuvens não conseguiram mais se conter e desabaram em lágrimas, ou melhor, chuva. Uma chuva torrencial que caía,
unida aquele vento que tentava me mandar pra longe, mas eu resisti, o máximo
que pude, parado naquele vendaval que tentava me levar pra algum lugar. Eu
fiquei parado ali no meio, pois sabia que se eu pudesse enfrentar aquilo, os
meus sentimentos podiam ser lavados com aquela água e os ruins, levados com
aquele vento.
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