quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Máquina de escrever - 26


 Eu estava assim, vagando. Eu me procurava onde eu não devia. Eu olhava pra espelhos quebrados pensando que o que eu via ali era o meu reflexo perfeito. Mas aí, um dia... Desses comuns. Eu te disse uma palavra e você disse outra de volta. E nós não precisamos forçar nada pra que isso acontecesse. Eu fui te ver. Droga, como eu estava nervoso! Nós tínhamos 10 minutos. 10 minutos dá pra conversar bastante. Mas não deu. Eu engoli as tentativas de diálogo e minha palavras fugiam da minha boca a tal velocidade que elas podiam vencer a fórmula 1. 2 Minutos. Talvez menos. Foi o que eu consegui ficar perto de você. Eu queria ficar mais... Ah, como queria. Mas eu não pude. O magnetismo que me puxava me expelia. A forma como você me tocou, me abordou... “ O que você está fazendo perdido aqui?” você perguntou. E olha, eu não estava perdido até eu virar e me deparar com seus olhos. E seu sorriso.
 Os abraços e aquelas sensações todas me fizeram querer mais. Eu precisava te ver de novo, ter mais algo pra falar com você. E fui. Pensei mil vezes ‘fique calmo, calmo, calmo. Tudo vai dar certo.’. Eu cheguei lá e você não estava. Mas quando chegou... Era como se junto tivesse vindo um vendaval. Um vendaval bom. Quando me viu, você pareceu desconsertado. E como eu queria consertá-lo de volta. Dessa vez, você quem estava sem graça. Derrubou o que tinha no caminho e me olhou vermelho, envergonhado. Como podia ficar ainda mais bonito? Eu estava calmo (o mais calmo que pude), já você, um furacão. Como se toda a minha afobação de dias atrás tivesse, dessa vez, caído em você. E do jeito que eu fugi, dizendo que eu tinha hora marcada, você se foi, dessa vez sem se despedir. Gritou um “até a próxima”. Desnecessário, a essa altura do campeonato, me fazer tremer. Se eu caísse, você não estaria mais não por perto para me segurar. E eu quem ficaria vermelho dessa vez.

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