tag:blogger.com,1999:blog-82766897599696191182024-03-14T07:18:04.996-07:00Máquina de EscreverAugusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.comBlogger101125tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-15721048231397984552015-07-18T20:25:00.001-07:002015-07-18T20:25:51.586-07:00O que é que você sempre viu? <div class="MsoNormal">
Eu realmente pensei que eu não tinha nada a perder quando eu
comecei a falar com você, sabe. Acreditei realmente naquela coisa do “tanto
faz”. “Dessa vez não vou me apegar tanto, não vou sofrer. Se ele não quiser,
quem se importa? Também não quero”. O olhar torto da minha melhor amiga
condenou. “Coitado, ele que pensa”. E realmente, eu pensei.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez ela me
conhecesse melhor que eu, ou talvez eu já estivesse cego demais: cada vez que eu
pensava em algo meu cérebro se embaçava e a única coisa que eu via com clareza
era você. E daí, comecei a te focalizar ainda mais. Te dar mais atenção nos
meus próprios pensamentos. Comecei a me importar mais, a me apegar demais. E
comecei a ficar com raiva de mim, comecei a me sentir um babaca por tentar
reparar em cada frame de memória que eu tinha de momentos que envolviam nós
dois.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você colocou a mão do
cabelo desse jeito, você olhou pra mim daquele outro jeito. Você riu daquela
forma que queria dizer que estava feliz. Claro que depois, você começou a ficar
indiferente, seu sorriso começou a dizer tanto faz. Mas quando eu pensava em ir
embora, você baixava os óculos escuros e me olhava como quem pede: fica. E eu
não tinha muitos motivos para ir embora, mas seu olhar era suficiente para me
fazer ficar. Seu pequeno toque era quase demais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas agora é sério:
olha pra mim. O que é que você sempre viu? Sei lá, desde o princípio. Deve ter
tido alguma coisa, né?! Você me pediu pra ficar, lembra? Você sorriu daquele
jeito que me desmonta. Você não pode ter esquecido tudo, pode? Por que se
esqueceu, me ensina como. E se ainda lembra, porque não volta? Por aqui tá tudo
tão igual... Tão monótono, e solitário. Você alegra a casa, abre as cortinas,
me ajuda com a louça, me divide pizza. Seu sapato ainda tá debaixo da cama, seu
moletom tá no armário... Não dá pra usar com esse calor. Só cabe bem em você.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se der pra fazer um
favor, vai ser fácil, é um só. Volta?</div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-15016648315585262652015-07-16T17:45:00.001-07:002015-07-16T20:25:59.395-07:00O que é que aconteceu com a gente?<div class="MsoNormal">
O que é que aconteceu com a gente?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Semana passada, fui ler um texto e lembrei de você. Anteontem,
ouvi uma música e lembrei de você. Hoje, fui ler os bilhetes antigos e quase
senti seu cheio.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O que é que aconteceu com a gente?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha tudo pra ter dado muito certo. Tínhamos todos aqueles
gostos em comum. As conversas duravam horas. Os assuntos eram intermináveis.
Meu interesse por você só crescia, foi você quem me chamou pra sair. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era pra ter dado certo, né?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você do nada pegou na minha mão na escada rolante. Você quem
segurou o abraço. Você quem comentou sobre a lua. Você que chegou perto da
minha nuca. Você sentiu meu cheiro primeiro. Foi você quem me deu o bombom, foi
você quem contou a primeira piada. Você quem segurou minha mão antes que eu
pisasse na avenida com o sinal fechado para mim, foi você que mandou aquela
música que, entre outras coisas, dizia que via algo em mim.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Onde foi parar?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você sabia onde eu estudava, onde eu pegava o metrô ou o
ônibus. Se quisesse me matar, poderia. Você sabia meus horários e meus
compromissos, você conhece meus lugares favoritos, eu te levei em quase todos.
Eu esperei por tanto tempo que você aparecesse de novo, mas não aconteceu. É
claro que não aconteceu.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por que não aconteceu?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Onde a gente se perdeu? Ontem fui ao lugar que nos vimos
pela primeira vez. Estava lotado, mas dessa vez não tinha chuva. Achei que ia
ser mais fácil de te ver – seria se você estivesse lá. Onde você tem estado?
Escondido numa toca? Essa cidade não é tão grande assim. Chegamos a comentar
sobre alguém que eu conhecia que conhecia alguém que conhecia alguém que
conhecia alguém e que conhecia você. Agora, ninguém te viu. Ninguém te vê. Nem
eu.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma hora dessas, estaríamos juntos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Podia ser tomando um sorvete, vendo um filme muito ruim. Nós
nunca importamos muito com isso, né?! Talvez, estaríamos engordando juntos ou
falando pelo telefone. Falando em telefone, você ainda sabe meu numero? Deve
ter esquecido, né?! Você nunca ficou tentado em discar e perguntar como eu
estava? Eu tive que te deletar não só da minha mente, mas dos meus dedos
também. Esqueci de quantas vezes eu parei uma mensagem na metade da sentença,
ou de quantas vezes eu cancelei uma ligação antes do primeiro bipe.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas parece uma ironia,</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por que antes que a nossa sentença fosse estabelecida, a
gente acabou. Antes que eu realizasse todos aqueles planos que fazíamos juntos,
você foi ser feliz sozinho. Antes que o futuro viesse, ele acabou não vindo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E agora ficou o presente</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E daqui de onde estou, ainda não consegui <i>deletar, cancelar,
esquecer, terminar</i> nada que tinha com você. E por mais que eu não aperte o “<i>enviar</i>”,
todos os meus sentimentos fluem em formas de palavras que você jamais vai ler,
e eu jamais vou dizer. Coube a mim <i>digitar, revisar, salvar, arquivar.</i></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas nunca chego na parte do “<i>esquecer</i>”. </div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-88615552184637985192015-07-15T20:35:00.001-07:002015-07-15T20:35:14.195-07:00Eu continuo aqui.Olá.<br />
<br />
Quase dois anos depois, eu voltei.<br />
Voltei mas não fui longe.<br />
Voltei para o blog, mas não parei de escrever. Talvez isso seja uma informação desnecessária, agora.<br />
<br />
Já passou tanto tempo<br />
Já passaram tantas pessoas<br />
Já passaram tantas palavras e diferentes formas de te escrever<br />
De te sentir de longe.<br />
<br />
Mas agora eu voltei.<br />
E mesmo tendo deixado muita coisa relacionada a você escondida<br />
Elas virão à tona.<br />
<br />
Eu tirei a poeira de quase tudo<br />
Coloquei as coisas no lugar<br />
Quase todos os pingos nos "i"s,<br />
<br />
Resolvi aceitar todas as palpitações no coração<br />
Que insistem em se tornar palavras.<br />
Dane-se, já viraram.<br />
E elas virão parar aqui.<br />
<br />
De novo, sabe-se lá até quando.<br />
<br />
Vez ou outra, tudo volta.<br />
Menos você.<br />
<br />
Eu continuo aqui.<br />
<br />Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-65404915336724059512013-09-28T21:45:00.000-07:002013-12-14T18:50:51.828-08:00Letter for u.<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Então...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Estou escrevendo isso
de partir. E por “partir”, entenda que são muitos significados. Estou
escrevendo antes de eu sair por aquela porta. Antes de você me partir ao meio,
partir meu coração, partir minha vida em um “Antes de Você” e “Depois de Você”.
Estou te escrevendo em um ano muito a frente... Eu sei vagamente como está a
sua vida agora, anos depois. E sei muito bem como está a minha vida agora, anos
depois. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Talvez foi uma
intervenção divina, sei lá, eu realmente não sei como, mas acho que recebi uma
segunda chance. Eu consegui voltar no tempo e é de onde eu te escrevo agora. Eu
consigo praticamente contar as horas até você me destruir de vez. Ou melhor,
não mais. É fevereiro, hoje é domingo. Estamos na casa da minha melhor amiga e
você está adormecido como um bebê, com sua regata branca e um rosto sereno, tão
sereno... </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Eu queria te levar
comigo, mas entenda, eu queria levar você. Não a dor. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Como estou intervindo
agora, você talvez pense em “como teria sido”, ou “porque aquilo (isso)
aconteceu”. Acredite em mim, é melhor você pensar só isso do que pensar tudo
que eu penso sobre tudo o que, de fato, aconteceu. Por mais que você pense
essas coisas, teria sido ruim. Se não tenho como ficar com você – que era o que
eu planejava –, só me resta juntar as minhas coisas e embarcar naquele táxi que
está a caminho enquanto lhe escrevo. É todo o tempo que ainda temos, próximos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Você vai se lembrar
em algumas horas, quando acordar, mas prefiro contar tudo no meu ponto de
vista. A maioria dos eventos que culminarão no evento trágico que aconteceria
amanhã a noite já aconteceram. Eu não tive chance de mudá-los. Eu já viajei pro
interior, você também, mas para outro interior. Eu já estourei a minha conta
telefônica ligando pra você e brigando, e você já foi pro motel me trair por causa
daquela nossa discussãozinha. Sinceramente? Achei que fosse necessário mais.
Mais que um simples “tchau” para você responder um adeus.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Mesmo sabendo disso
tudo, nós chegamos até aqui. Nós esperamos que todos apagassem as luzes,
fingimos estar dormindo por um tempinho, depois nós fomos pra mesma cama e
fizemos tudo o que você sabe. Até agora, não me arrependi. Acho que seria pior
se eu não o fizesse. Eu sei o quanto eu vou querer ter tido noites como essa no
futuro, mas não as terei de qualquer forma – partindo agora ou não. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> O cheiro da sua pele
vai demorar dias para sair da minha. Quero dizer, nada em você vai sair de mim
por anos... Mas nesse momento, você é como uma cinza que parece um pó de
borracha: por mais que eu tente te pegar por inteiro, você se desfaz na minha
mão e deixa só um borrão preto de algo que já queimou, já foi fogo, mas morreu.
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Eu sei que eu deveria
te “reconfortar” ou algo, mas não vou. Você não vai precisar disso... Você vai
ficar confuso por algumas horas, depois de alguns dias já vai estar com quem
está hoje – anos depois –, o que você faria comigo deixando essa carta ou não.
Dessa forma, só estou escrevendo para dizer que eu não vou estar presente nas
ultimas horas: Eu não vou ser acordada por você daqui a pouco, não vou vê-lo se
despir e se vestir de novo na minha frente, não vamos tomar café da manhã
juntos e não trocaremos olhares cúmplices quando minha melhor amiga aparecer,
como se combinássemos em esconder o que fizemos algumas horas atrás. Sequer
você vai de carro comigo até a escola: vou pra lá sozinha. Mesmo que você apareça
por lá, eu te garanto que não vai me ver. Você também não vai mais me ver no
show terça feira: eu sei que íamos juntos, mas o que você não sabe é que já
fomos separados. Você não sabe o quando doeu escutar cada uma daquelas músicas
sozinha, enquanto você estava sob o mesmo teto que eu e eu nem mesmo pude
tocá-lo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Nada disso vai mudar,
o que vai ser diferente é que eu vou sair por aquela porta, deixarei essa carta
onde eu deveria estar quando você acordasse, e eu vou sair primeiro da sua
vida, antes que você saia da minha. Vou evitar algumas dores no futuro. Vou ter
tido a chance de te dizer coisas que na verdade, eu não pude antes. Sei que
deve estar confuso, e está tudo bem por mim... Me desculpe não amanhecer ao teu
lado.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Já te desculpei por
coisas piores.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Apesar dos <i>pesares</i>, eu te amo. No passado, no futuro, no presente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Com carinho,</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">
Adeus.</span></div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-59829555387386801932013-09-26T15:59:00.001-07:002013-09-26T16:00:40.949-07:00Máquina de Escrever - 71<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">- O problema é que você não consegue ver o quanto você é especial pra mim. E o pior de tudo: <i>eu</i> não consigo ver o quando<i> eu</i> sou especial pra você.</span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-6650993474575021992013-09-24T17:13:00.004-07:002013-09-24T17:13:50.622-07:00Máquina de Escrever - 70<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ele abaixou minhas mãos com calma — o choque das mãos dele nas minhas eletrificando meu corpo —, me olhou fundo nos olhos e falou como quem fala a uma criança: "Olha... Nós dois sabemos que... Nosso amor é como uma brasa. Ele fica dentro de nós, pequeno, mas ainda arde, e só é necessário uma brisa, um ventinho, para que essa brasa se acenda em um incêndio". — Ainda me pergunto porquê diabos não podemos deixá-la arder, então.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-90166876018454460372013-09-24T17:13:00.001-07:002013-09-24T17:13:25.050-07:00Máquina de Escrever - 69<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Guardo comigo o gosto daquele beijo, escondido... Guardo os seus sorrisos, as fotos, a sua carta... Guardo suas palavras, sua voz, seus olhares, nosso encontro. Guardo tudo o que vivemos em tão pouco, guardo tão pouco do tudo. Guardo tudo mas não guardo você, que era o meu bem mais precioso. E olha, guardo tudo isso mas não é porque eu quero: eu não consigo me desfazer de nada. Pena que você se desfez, virou pó, virou cinza, assombração. Virou só lembrança, virou dor no peito.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-58561084788800221552013-09-24T17:12:00.001-07:002013-09-24T17:12:41.258-07:00Máquina de Escrever - 68<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu deveria ter aproveitado a fase, aquela época em que você era pra mim. Eu deveria ter sido para você. Mas foi difícil ver. Eu te enchia de defeitos, enquanto você foi uma das poucas pessoas quem me amou, com todos os meus. O tempo passa e as coisas mudam, mas não podemos voltar no tempo pra mudar as coisas. Acho apenas que... Sinto a sua falta.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-70718903938624670302013-09-24T17:11:00.002-07:002013-09-24T17:11:39.442-07:00Máquina de Escrever - 67<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não gosto de gente que brinca de amor. Usa as pessoas como se fossem os pinos de um jogo de tabuleiro. Avançam os números de casa e fazem o que querem, pra depois cansar e guardar tudo em uma caixa velha e empoeirada.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-83393181351695559962013-09-24T17:10:00.003-07:002013-09-24T17:10:50.773-07:00Máquina de Escrever - 66<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;">"...E eu senti coisas ruins... Subitamente senti dores no estômago, junto com um desânimo total... Dentro do meu peito estava tudo dolorido... Eu nunca imaginei que a “dor do amor” fosse verdadeira. Mas agora eu tinha certeza, e da pior forma: eu a tinha dentro de mim."</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;">Trecho do novo livro, ainda sem título.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-48843485985529210492013-06-30T17:55:00.000-07:002013-06-30T17:55:37.697-07:00Máquina de Escrever - 65<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Você sempre foi a pessoa com a qual eu me sentia firme. Por mais que nossa estrutura balançasse, sacudisse, trepidasse... Você continuava lá e eu continuava ali. Eu ia, voltava, você entortava, estremecia... Mas você continuava sendo meu porto seguro. Você me ensinou que no meio de tanta guerra, há também paz, e que por mais escuro, ao menos meu olho brilha. Você me ensinou muito, me guiou muito, caminhamos juntos. Eu não sei em que parte do caminho nós nos despimos do carinho, da compreensão e do respeito... Só sei que é melhor eu me cuidar para nunca mais passar por esse lugar. Porque depois de perder tudo, eu perdi também o que eu não esperava. A ponte ruiu, você se foi com a correnteza, e eu não consegui salvar nenhum de nós.</span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-29445103022879161532013-06-06T15:14:00.001-07:002013-06-06T15:14:40.380-07:00Máquina de Escrever - 64<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px;">Eu estou com raiva de mim. Por sua causa. Eu não gosto mais dos seus abraços. Você se lembra do quanto era bom quando você me abraçava? Eu só ficava ali, quieto, sentindo você, seu cheiro. E olha só agora... Eu te abracei bem rapidinho, porque era perigoso eu querer não largar mais... E agora eu não consigo dormir porque o seu cheiro está em mim. Logo, eu não consigo te esquecer também. E me dá r</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;">aiva. Mesmo. Eu fico repassando todos os diálogos na minha mente, cada olhar que eu te dei, cada toque que você me deu. E deu nos outros. Pela primeira vez eu quis correr pra longe de você. Enquanto tudo o que eu sempre quis foi correr pra perto. Mas você não queria deixar, não é? O lugar estava quente e eu suando frio, querendo me esconder. Sem apetite, sem sede, sem vontade de nada. Quando eu consigo ir logo pra saída, quase desabando dentro de mim mesmo, você me alcança e puxa um assunto qualquer. Depois de tudo, você insiste em querer colocar seus olhos nos meus, por mais que eu queira correr... E quando você me pergunta: "Mas e a sua vida? Como você tá? Você tá feliz?"... Não, não estou. É óbvio que eu não estou, não consegue ver? Mas tudo que eu respondo é um "ah, é claro" com a cara mais convincente? Ok, talvez não, pois não te convenceu muito. Ainda assim, o que você fez? Nada. Me pediu pra ficar mas depois me deixou sair. Me virou as costas como se faz a uma sombra. Estou bem? Estou feliz? Não. Mas vou fingir estar até que eu convença a todos e a mim mesmo.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-51336536612854488952013-06-06T15:06:00.001-07:002013-06-06T15:06:29.824-07:00Conto - A Hora De Dar Tchau.<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;"> - Porque você foi embora?</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Eu não sei. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Como pode não saber?</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Não sabendo. Achei que seria o melhor.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Porquê?</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Não sei.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Droga. E porquê você veio, então?</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Porque eu precisava.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Já teve o bastante?</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;">- Acho que sim.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-size: 13px; line-height: 18px;">Houve um silêncio ensurdecedor. Daqueles que só quem cala ou escuta sente. Eu projetei o olhar pra minha sombra, esticada no chão... Ela parecia escura e fria. Só não menos que o momento.<br />- E eu?<br />- Você o quê?<br />- Não que seja problema seu... Mas já que me trouxe até aqui... Bom, como eu faço pra voltar?<br />- Eu não sei.<br />- Você não sabe porque veio, não sabe porque está indo embora, não sabe o porque não fica e não sabe como me levar de volta? Porque você me trouxe aqui afinal?<br />- Droga, eu não sei!<br />- Isso é um jogo, não é? Eu não sei se é, mas não quero mais brincar. Eu não sou você. Eu não sou um jogador! Eu não vou entregar o meu coração a prêmio... Nem mesmo pra você. Eu estou voltando.<br />Ele pareceu confuso. E eu me encontrei perdido. Eu não conhecia mais aquele olhar, eu não me sentia mais seguro naquela presença. E quando antes naqueles braços eu queria estar, eu agora não me sentia mais seguro. Eu me senti zonzo, confuso... Respirei fundo e continuei a deixar o que fosse que estivesse dentro do meu peito sair, sem me importar.<br />- E não, eu não sei o caminho. Mas eu o encontro. Eu te encontrei. E olhe só onde viemos parar... No nada. Você se imaginou aqui? Eu não. E não é onde eu quero estar. Estar na sua presença não me causa mais bem algum... E você por si só já me causou mal demais.<br />Foi então que ele me olhou, nos olhos. E eu mais uma vez tive um pequeno arrepio, daqueles que sempre me atingiam quando ele me olhava. É difícil quando o amor te olha assim... E quando você tem medo de que ele arranque todos os seus segredos com um só olhar... Mais nesse momento eu não tive medo. Eu não queria esconder mais nada. Ele olhou pra baixo, para as minhas mãos... A tocou com as dele e levantou a certa altura. Me olhou novamente, com aqueles olhos de refletir constelações e ameaçou dizer algo que eu não me permiti ouvir. Se ele havia se calado a tanto tempo, não havia de ser nada importante agora, a esse ponto. E eu não ia mais ficar confuso. Eu o olhei firme, olhei bem firme para o meu amor e mal pude acreditar no que eu dizia:<br />- Sabe... Uma hora a gente percebe que não há mais o que fazer... Que não há mais o que dizer, que não há mais o que tentar. E por mais que eu sempre pense que eu deveria ter feito isso ou aquilo pra tentar te manter, eu não vou mais me torturar com isso. Porque eu sei que na verdade, não há mesmo nada que eu possa falar ou fazer, você deveria querer por tudo o que já houve. Eu só queria que você me pedisse pra ficar. Mas você não vai. E você não vem. Mas eu me vou. Se você não me queria aqui, quem não quer mais ficar sou eu. E eu vou embora... Adeus.</span></i></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-18197213147517489482013-06-06T15:05:00.000-07:002013-06-06T15:05:05.841-07:00Máquina de Escrever - 63<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Se você soubesse o quanto o meu coração dói a cada passo que eu dou pra longe de você, talvez as coisas não seriam assim, tão difíceis. Na verdade, elas só são difíceis pra mim, você já se afastou a muito tempo. Se calou, se mudou, sem dor, sem o menor pesar. Porquê, ah, porquê em mim dói tanto? Saber o que deve ser feito mas ser impedido por lembranças e pela esperança de que você se lembre de tudo, de algo, do caminho e volte...</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-90870727116045158692013-06-06T15:03:00.003-07:002013-06-06T15:03:52.686-07:00Máquina de Escrever - 62<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O pior é quando você lembra daquela música... Você quer nunca mais ouví-la, nunca mais lembrá-la, mas é que ela vai continuar tocando e você vai continuar escutando e cantando sozinho e lembrando sozinho e sofrendo sozinho e cantando de novo sozinho e sendo sozinho enquanto o radinho toca e você pensa... Pensa, pensa, e cansa. Cansa mas não para de doer</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-30300674355944157202013-05-18T16:51:00.002-07:002013-05-18T16:51:07.637-07:00Máquina de Escrever - 61<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 13.60000228881836px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cada vez que você vai embora eu me lembro do quanto eu sou vazio, do quanto tudo não passa de sonhos e que as cenas incríveis de filmes simplesmente não são vida real. E que sim, certas coisas podem até acontecer na vida real, ah sim. Só não na minha.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-73554400425867032022013-05-18T16:50:00.000-07:002013-05-18T16:50:02.825-07:00Máquina de Escrever - 60<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;">Eu não quero que você sinta a minha falta, eu realmente não quero. Eu não espero que você me ligue amanhã, ou depois. Eu só queria é que EU não ligasse... Nunca mais. Que eu acordasse amanhã com o pensamento de dane-se. Se você está bem ou não, ser totalmente indiferente. Eu queria que você não fizesse falta pra mim, que não fizesse um nada. Eu queria que o seu cheiro fosse apenas mais um cheiro,</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-size: 12.800002098083496px; line-height: 17.987503051757813px;"> e que as lembranças pudessem não me machucar tanto. Eu queria que as fotos fossem só fotos e que tudo não passasse de algo que aconteceu um dia. Eu só queria não sentir mais nada, eu queria que esse vazio que sinto agora se transformasse em algo bom amanhã bem cedo. E que você se transformasse em um nada pra mim, assim como sou um nada pra você.</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-40701257721417045022013-05-15T17:41:00.001-07:002013-05-15T17:41:06.902-07:00Máquina de Escrever - 59 <br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Escuta aqui, meu bem. Presta atenção. Você disse que não ia embora, que não ia me deixar, que não ia me abandonar jamais. Pois se afastar dá no mesmo, dói no mesmo. Você podia ficar, ou parar de me rondar feito um cachorro sem comida, me rondando como quem procura algo que perdeu. Você não perdeu. Você não me perdeu. Eu continuo aqui e você continua longe, mas sem me deixar na minha. Não dá pra te esquecer se você me cutuca, não dá pra desapegar se você me pega. Vê se aprende, vê se escuta: ou você fica, e fica mesmo, ou você e vai e não olha pra trás. Pare de choramingar sabendo que eu vou, para de me querer por perto enquanto não me deixa te alcançar!</span><br />
<br />
<br />
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-55473511630736997652013-05-13T16:34:00.001-07:002013-05-13T16:35:08.926-07:00Máquina de escrever - 58<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";"> Veja bem, querido amor. Eu nunca esperei que
você ficasse comigo. Na verdade, eu esperei sem esperar. É que a gente sempre
cria a expectativa “sem criar a expectativa”, a gente sempre quer o que não
pode ter. Veja bem... Agora, eu estou aqui, a desejar mais uma vez, você. Um
segundo round, um segundo shot... Um replay, um “vale-a-pena-ver-de-novo”. Mas
vale? Vale mesmo? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<span style="font-family: "Courier New";"> Duas noites são capazes de muita coisa, isso é
verdade. Muda tudo, uma vida. Eu sempre pensei que arriscar, se deixar levar,
curtir o momento e coisas assim fossem importantes, isso não foi menos verdade
com você. Afinal de contas, se tinha um jogo que eu queria jogar era o seu. Eu
não conseguiria, apesar de tudo, sair dali sem saber o gosto da sua boca. E eu
tive que provar. Tenho que confessar, eu gostei. Gostei demais. Mas e agora?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<span style="font-family: "Courier New";"> Acho que a nossa “amizade colorida” deveria
ter durado mais. E ter sido... Digamos, mais colorida. Agora a minha vida virou
um blues que só. Oh, e que “só”. Acho que nem o seu sorriso mais é o mesmo... E
o meu? Será que dá pra devolver? Ou melhor, não, não devolve. Trás de volta.
Aproveita e fica. Fica por aqui mesmo, mais um mês ou dois. Vamos de sonhos em
sonhos, de tardes em tardes, de capítulos em capítulos de uma cena pra outra.
Vamos de noites em noites, só não me deixe quando a manhã chegar. De novo.<o:p></o:p></span></div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-24585956644726367632013-05-09T16:08:00.000-07:002013-05-09T16:09:49.510-07:00Máquina de Escrever - 57<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Era só mais um daqueles</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">dias chatos e frios. Mais</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">um daqueles dias em</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">que eu só queria dormir.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ainda assim eu estava</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">de pé, vagando, fazendo</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">automaticamente tudo</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">o que eu já parecia ter</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">sido programado para</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">fazer.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E na verdade, foi isso.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Só isso.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Eu não fiz nada, não</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">conheci ninguém. Não</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">houve beijo, não houve</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">amor. Nem cor.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Foi só mais um dia onde</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">o único sentimento que</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">eu senti foi saudade.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Saudade da época em</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">que era bom acordar, pois</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">se tinha um motivo pelo qual.</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Uma época onde podíamos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">sonhar, porque por mais que</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">impossível, era bom. E</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">tudo não era ainda somente</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">um acúmulo de decepções.</span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-66204219402421595422013-05-09T16:03:00.001-07:002013-05-09T16:24:22.993-07:00Máquina de Escrever - 56<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> As lembranças são um território perigoso.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Basta uma foto, um clima, um cheiro...</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Uma frase, um lugar, um nome... </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Uma música.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Basta o nada, o vazio, a ocupação.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Tudo abre uma brecha para as malditas memórias. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Maldita a hora, que agora não consigo mais te esquecer.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> As lembranças dos dias bons vêm a tona;</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> e transformam os dias mais ou menos </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> em dias ruins.</span></div>
<div>
</div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Porque quando eu deixei você entrar,</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> você disse que ficaria.</span></div>
<div>
</div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Eu não deixei você fugir pela janela;</span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> e me deixar aqui com </span></div>
<div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> essas memórias "singelas".</span></div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-57811039559098916102013-05-05T16:13:00.003-07:002013-05-05T16:13:35.712-07:00Carta ao amor.<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Oi amor. Como tem passado? Como têm andado? Longe de mim,
percebo. Veja, precisei te escrever. Precisei mesmo. E eu não queria. Mas eu
também não queria mais te ligar. Não para falar disso. E eu também não
suportaria dizer isso olhando nos teus lindos olhos. Só de imaginá-los grudados
nestas palavras já me causa um certo arrepio. Entenda, amor, foi a única (ou
melhor) maneira. Tem umas coisas que eu quero te contar. Você está com tempo?
Eu espero que sim. Caso não, é melhor voltar a ler isso mais tarde, com mais calma.
O assunto é sério. Ou melhor, era pra ser.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Bom, essa carta não é
ao amor. É para O amor. O meu. Ou seja, você. Ou seja não, deveria ser mas acho
que não é. É que eu te amo sozinho. Bom, disso você já sabe. Estou te
escrevendo pra te “dizer” outras coisas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Você lembrou quando,
sexta passada, do nosso primeiro encontro? Ahm... Não. Eu lembrei. E reparei
que você não lembrou. Eu sempre reparo em tudo. Reparei na sua roupa aquele
primeiro dia. Aquela jaqueta de colegial linda, caiu muito bem em você. Eu
reparei no seu olhar. Na forma que você, amor, parecia... Constrangido? Com vergonha?
Oh, amor. Vergonha de quê? Do que viria a ser? Você, algum dia, imaginou que
aconteceria tudo isso? Aconteceu tanta coisa em tanto nada. E isso é estranho,
não é? Meu amor...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Que fundamento teve,
todas as noites em que eu passei acordado? Pensando em você, falando com você,
trocando mensagens... Todas as vezes que meu estômago vibrou... Que fechei meus
olhos e vi você. Que fundamento teve? Todas as surpresas que eu te fiz? Você
dizia gostar tanto... Toda vez que eu me arrumava pra te ver... Toda a
expectativa em torno de um nada? Pra quê? Pra quê eu te dei tantas cartas? Pra
quê eu coloquei tanto sentimento em cada uma delas? Porque é que eu coloquei
tanto sentimento em você? Por que é que eu acreditei tanto? Foram seus olhos?
As suas palavras? O que em você me causou isso tudo?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> As vezes eu fico
repassando suas palavras, releio as mensagens e penso como tudo aquilo que você
disse simplesmente não significava o que a frase realmente significava. Quero
dizer, eu sei ler. Mas você não sabe escrever, ou sabe? Porque se não era tudo
aquilo o que realmente sentia, porque as escreveu pra mim?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Porque você me olhava
daquela forma? Porque é que você fez o que fez? Porque me encarava naquele
trem? Porque me provocou dentro do ônibus? Porque, hem? Aquelas cutucadas...
Aqueles abraços... Eles duravam demais. E depois, duraram de menos porque hoje
já não os tenho mais. E as suas piscadas, as suas provocadas... No
supermercado, aquele abraço que me deu, me envolvendo completamente, derrubando
a minha parede de proteção, derrubando a minha resistência, derrubando tudo o
que eu tinha demorado muito a construir contra você. Você insistiu, demais. Até
que eu deixei tudo cair. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Deixei cair pra quê?
Pra você pisar, né? Pra você usar, sujar, fazer o que quisesse: muita hora com
a minha cara. Me deixar te esperando, te querendo, me preocupando com você,
enquanto você não tá nem aí. Você saiu pela porta e decidiu que ia curtir a sua
vida, só não me avisou que não voltava pra me buscar, nem que não me levaria
com você. E até hoje você continua jogando comigo, me chamando quando precisa,
conversando comigo quando não tem mais ninguém disposto ou disponível pra te
ouvir. Você continua fazendo hora com a minha cara.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Comigo não dá pra
sair, não dá pra ligar, não dá pra ver, pra conversar... “Tal lugar não dá, to ocupadíssimo,
não tenho como voltar depois, tá tarde, foi mal a demora, tava no banho, tava dormindo,
tava na academia”... Tá o caramba. Tá assim pra mim né? Sempre ausente. Mas
quando precisa, preciso estar “online” pra você. E aí, você fica “offline” quando quer. E o
otário aqui te esperando?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Olha, eu escrevi essa
carta com um único propósito: Me despedir. É, era mais fácil só dar um tchau.
Assim como era mais fácil eu ter te dado um murro na cara antes, como era mais
fácil só ter corrido de você, era mais fácil eu não ter te respondido também,
não te ouvir chorando, não te ninar. Não preocupar, não importar, não querer.
Nem tudo é como a gente quer que seja, é uma verdade. Caso contrário, você não
seria como você é. E eu não estaria como estou. Certas coisas não dá pra mudar.
Mas outras, dá pra evitar. E começando aqui e agora, começando por você. Dá pra
te evitar. Sua choradeira, o seu blá blá blá. Todo o seu “foda-se”, a sua falta
de preocupação comigo. Veja, eu te dei tudo! Tudo! E o que você me deu em
retorno? Dor de cabeça, noites mal dormidas, ciúme, raiva, raiva, raiva e
raiva! De mim, de você de nós dois, de tudo o que nos cercou, de todo lugar que
você pisou comigo. De tudo o que me lembra você, de todas as minhas roupas que
você vestiu. De todos os lugares e pessoas aos quais te apresentei. De tudo do
meu mundo que eu compartilhei com você. </span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Bom, pra evitar mais
chateação, mais tempo perdido, mais dor, mais tudo de ruim, vou encerrar aqui.
A nossa história, a nossa “amizade” de merda que já faz tempo que nem é mais
uma amizade. O único amigo aqui fui eu. O tempo todo. O que você fez por uma
época foi fingir. Até o ponto onde simplesmente não era mais preciso fazer
isso. Vou encerrar aqui toda a responsabilidade que eu tinha com você... Eu
infelizmente não estou te esquecendo, não estou ligando o “foda-se” totalmente
pra você como você fez pra mim. Mas estou declarando aberta a temporada onde
vou ser mais eu e menos você. E eu não estou nem aí. Se você está chorando. Se
você voltou para o seu ex amor que eu achava não te merecer, mas hoje em dia,
que se dane. Estou chamando de volta a minha alegria que foi embora quando você
veio, estou me obrigando a não te procurar mais. E por mais que eu queira
notícias suas vez ou outra, vai ser pouco. Bem pouco. Vai ser bem menos de mim
pra nada de você. Até não sermos mais nada um pro outro. Porque assim ao menos,
o seu nada não me atinge. A minha indiferença agora vai falar o foda-se pra
sua, e aí tudo vai ficar bem.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Estou encerrando nós
dois. E essa carta.</span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Sem carinho, sem nada. Com pesares, sim. E com o que no
futuro vai soar como um alívio... E por mais que eu odeie essa palavra e nunca
pensei que a diria pra você... Meu sincero adeus.</span></div>
Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-19536285928464911012013-04-25T15:10:00.002-07:002013-04-25T15:10:30.794-07:00Máquina de Escrever - 55<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E você tem todas essas coisas que acabam comigo: esse sorriso, esse jeito de me olhar, de me tocar, de me abraçar, de me beijar. Por quê, porque é que você foi aparecer, me diz? Se fosse pra ficar, ficasse. Se fosse pra desaparecer, não viesse. É, você tem tudo. Tudo de bom. Tudo o que eu quero. E isso tudo é um acumulo que me derruba. Você é toda essa barreira que eu não consigo derrubar, escalar ou adentrar. É, eu sinto muito. E sinto ainda mais, por você sentir tão de menos. </span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-66258002553942426592013-04-24T18:03:00.001-07:002013-04-24T18:03:44.681-07:00Máquina de Escrever - 54<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #37404e; line-height: 18px;">Eu só fico aqui pensando em você. É tanta coisa, eu acho que você ia gostar de viver tudo. Repetir aquela guerra de travesseiro, várias vezes. Fazer guerra de pipoca. Quem ganhar, dá um beijo. Assim ninguém sai perdendo. Penso na gente indo junto pra todos os lugares, pra cinema, teatro, shopping. Nos nossos programinhas caseiros, em nós dois agarradinhos nos dias chuvosos e mais agarradinhos aind</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; line-height: 18px;">a nos frios. Eu vejo nossas brigas, e as reconciliações. São sempre motivos tão bobos, mas que valem pelo beijo e pelo "larga isso pra lá, eu não consigo viver sem você e é o que importa". Eu penso nos momentos de silêncio, onde só estar ao lado um do outro já basta. E nos momentos de ausência, onde sua imagem na minha cabeça é o suficiente. Eu penso nos telefonemas no fim do dia, nos beijos roubados, nos olhares discretos, nos indiscretos. Eu vejo você me esperando na escada da minha casa, e eu abrindo o maior sorriso ao te ver. Eu penso em tudo, em tanto. Depois de tudo a gente casa, do nosso jeitinho, da nossa maneira. Vai pro nosso cantinho se amar, e depois decidimos mudar a cor da parede. Vamos precisar de mais tinta, porque vamos nos sujar mais do que pintar a parede. Eu me vejo com você daqui a muito tempo, muito mesmo. Quando muita coisa passar, muitas vierem e passarem de novo. A única coisa que vai ficar vai ser o nosso amor, o nosso carinho, a compreensão e a amizade. Ah, meu bem, eu penso tanto... Eu sinto tanto. É tudo uma pena. É uma pena eu querer você demais e você me querer de menos. É uma pena ver você fechando a porta para o nosso bem. Mas tudo bem, eu acostumo. Eu passo a pensar menos, e a querer menos. Quem sabe um dia você não bate de novo na minha porta e ela ainda está vazia... Quem sabe, eu não fico te esperando na sua escada... Quem sabe?</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8276689759969619118.post-22484337445332010752013-04-24T13:54:00.001-07:002013-04-24T13:54:10.366-07:00Máquina de Escrever - 53<span style="background-color: white; color: #37404e; line-height: 18px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não sei porque insisto em me lembrar de você, as coisas boas me vem a cabeça e eu já fico pra baixo. Eu entendo que tivemos bons momentos, mas acaba comigo ter que aceitar que eles ficaram para trás. Quando nos conhecemos, você me prometeu que íamos caminhar lado a lado. Tudo bem que em uma caminhada, muita coisa fica pra trás, mas coisas boas chegam também. Cada dia que passa eu me sinto mais distante de você, cada dia que passa as lembranças são cada vez mais lembranças. Eu fico tentando te puxar pra perto mas você não vem. Se estamos então, em ruas distintas, "eu só quero saber em qual rua a minha vida vai encostar na tua".</span></span>Augusto Alvarengahttp://www.blogger.com/profile/12409151624952149513noreply@blogger.com0